Volvidos quase quatro anos desde o meu último post neste blog, muita coisa se alterou no espectro sócio-político português, no entanto o mais alto magistrado da Nação (como tão veementemente se auto-denomina) lá continua. É autor de uma panóplia de situações que nos embaraçam no panorama internacional, mas que ao mesmo tempo "cá dentro" nos divertem enquanto sujeito colectivo, vulgo povo.
Advinharam? Não, não é Pinto Monteiro, nem tão pouco Assunção Esteves. Poderia ser Passos Coelho, Tony Carreira ou Batatinha. Mas não... é do Pr. Aníbal Cavaco Silva que estou a falar. Sim o mesmo que em tempo de "vacas gordas" governou e que quando elas "emagreceram" se foi embora.
O Presidente da República já nos habituou a casos assustadoramente insólitos, sim aqueles mesmos que roçam o ridículo, senão mesmo o ignóbil para não dizer o estúpido. Há umas semanas atrás, outro. Desta vez, Cavaco numa atitude de autocomiseração garante que a sua reforma não chegará para pagar as suas despesas. Não deve ser fácil ter que pagar todos os motoristas, os BMWs, as dezenas de acessores de imprensa (todos eles imprescindíveis, como é óbvio).
De referir que nessa mesma semana, soube-se que Eduardo Catroga iria para a EDP auferir a módica quantia de 45 mil euros (coisa pouca!). Tentar perceber por que razão os chineses da Three Gorges deram o aval à entrada de Catroga é uma tarefa árdua. Faz-me lembrar aqueles clubes de futebol que compram jogadores em final de carreira e que pagam por eles a peso de ouro!
É óbvio que Cavaco não ficou incólume a toda esta situação. E tão incomodado ficou que decide fazer a tão famosa, de tão triste que foi, declaração. Cavaco sentiu-se completamente ultrapassado pela direita, traído pelos seus amigos do partido que, na sua opinião, deveriam ter reservado o lugar na EDP a si e não ao Edu. E a Presidência? Ora, isso com o tempo resolver-se-ia. Triste sina, Aníbal.
A quem estará Cavaco a fazer pontaria?